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Olá, sou estudante de teatro mas confesso que tenho afinidades com outras campos de atuação, como jornalismo, moda, decoração, cinema e por aí vai. Um dia pretendo responder à pergunta do meu próprio blog: "então, Tati, qual vai ser?"

segunda-feira, 4 de abril de 2011

Você sabe quem é o Deputado Bolsonaro?


Eu escolhi essa foto para começar o post com uma intenção.
O que você entende pela foto? Qual a sensação que o deputado Jair Bolsonaro(PP-RJ) passa para nós?
VERGONHA.

Isso é o que ele deve sentir ao ter feito declarações polêmicas e inaceitáveis durante uma entrevista para a cantora Preta Gil, no programa CQC no dia 28/03/2011.

Bem, Preta Gil questionou o deputado como ele reagiria se seu filho casasse com uma mulher negra.
Resposta: “Não vou discutir promiscuidade com quem quer que seja. Não corro esse risco porque os meus filhos foram muito bem educados e não viveram em ambientes como lamentavelmente é o teu.”


Vamos refletir um pouco sobre essa afirmação.


1) Até que ponto uma opinião está inserida na questão da liberdade de expressão?


Sabemos que um dos princípios básicos de uma democracia é a liberdade de expressar sua própria opinião.
Mas, pórem, entretanto, contudo existe um limite. E qual seria este neste caso?
É o desrespeito perante a dignidade do outro (seja qual for esse outro), ou seja, está bem claro que ele cometeu um crime de racismo da injúria (ofensa).
Ele relacionou a cor da pele com o conceito de promiscuidade(de acordo com o "pai dos burros" significa ter relações sexuais com diferente parceiros sem relação afetiva) e, além de tudo, confessou (inconscientemente ou não) que utilizou uma educação racista ao passar valores para seus filhos.


2) Qual a explicação do deputado para (tentar) esclarecer seu ponto de vista?


"A resposta dada deve-se a errado entendimento da pergunta - percebida, equivocadamente, como questionamento a eventual namoro de meu filho com um gay."


Que hipocrisia! Além de atestar o crime de racismo, percebemos a homofobia presente em seu discurso.
"É inadmissível que um parlamentar cometa um crime, especificado no código penal como inafiançável, e não conheça as leis que nós mesmos somos responsáveis por criar", destaca o deputado Brizola Neto(PDT-RJ).


3) Qual foi a repercussão perante tal polêmica?


O deputado Jean Wyllys (PSOL-RJ), ( siiim, o vencedor do BBB 5) acredita que Bolsonaro usa a homofobia para fugir de condenação legal e, por ser deputado, poderia ser processado por quebra de decoro parlamentar. No código penal, a homofobia não se constitui um crime. 








"Como se vê, Bolsonaro praticou o crime de racismo, mas como ele sabe que é crime, ele tem tentado convencer a opinião píública e está assumindo a questão homofóbica".
"O histórico do Bolsonaro todo mundo já conhece. A gente decidiu fazer essa representação porque ele sempre praticou esse tipo de abuso e ninguém nunca representou contra ele. Talvez porque não houvesse aqui um homossexual assumido", declarou Jean Willys, em referência à própria orientação sexual.



Preta Gil, ofendida, afirmou que pretende processar o deputado Jair Bolsonaro.


4) O racismo e a homofobia persistem na realidade brasileira.

No Brasil, a sensação que nos dá é que as práticas do racismo e da homofobia continuam (muitas vezes são camufladas ou subliminares), sem ninguém assumir ser racista e/ou homofóbico.
As leis com suas devidas punições existem ou existirão (o texto, que propõe a criminalização da homofobia, foi aprovado na Câmara em 2006, mas até hoje não foi analisado pelos senadores). Porém não são capazes de mudar a mentalidade dos indivíduos preconceituosos. 

É preciso cortar o mal pela raiz, isto é, repensar o modelo de educação da sociedade. Esse é um processo de transformação cultural.
Abolir a crença em segregação racial, é o primeiro passo para iniciar esse processo.
Adotar políticas públicas, como a política da informação ajudaria a divulgar que a orientação sexual ou a cor de pele de um cidadão em nada interfere no seu caráter.

Para finalizar, escolhi um pensamento do ex-presidente da África do Sul, Nelson Mandela, e serve para refletirmos a origem do racismo (homofobia se enquadra também) na nossa sociedade.



"Ninguém nasce racista. Para odiar, as pessoas precisam aprender"


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